Quase 80% dos profissionais de tecnologia pediriam demissão para não abrir mão do home office

Uma recente pesquisa realizada pela Revelo, uma startup especializada em recrutamento na área de tecnologia, revela que 530 profissionais do setor foram ouvidos durante os meses de setembro e outubro, fornecendo interessantes insights.
Os resultados indicam que antes da pandemia, a grande maioria (76,2%) trabalhava de forma presencial, enquanto apenas uma parcela reduzida (15,6%) já estava adotando o modelo remoto. No entanto, os padrões mudaram consideravelmente devido à flexibilidade adquirida durante o período de isolamento. Atualmente, o trabalho em casa (home office) é a preferência de 83,4% dos entrevistados, em contraste com o regime híbrido, que é escolhido por apenas 16,2%.
Essa preferência pelo home office é respaldada por diversas razões. Entre os entrevistados, 25,7% mencionaram a economia de tempo antes desperdiçado no trânsito como um fator significativo. Adicionalmente, 21,4% destacaram a flexibilidade que trabalhar em casa proporciona ao cotidiano. Além disso, 21,4% optaram por essa modalidade pela oportunidade de realizar suas tarefas em múltiplos locais e cidades. Fatores como ambiente propício para concentração e foco (11,5%) e maior tempo para passar com a família (11,2%) também influenciam a preferência pelo home office.

Apesar dessas vantagens, 65,9% dos profissionais reconhecem que a principal vantagem do trabalho presencial é a interação com colegas de escritório. Para 9,1%, a infraestrutura e os equipamentos fornecidos, incluindo mesas, cadeiras e computadores, são fundamentais para as atividades diárias. Além disso, momentos de descontração, como festas e happy hours com colegas, são valorizados pelos trabalhadores (mencionados por um percentual não especificado).
Uma tendência interessante destacada pela pesquisa é o aumento (12,3%) no número de profissionais que residem em cidades diferentes daquelas onde está localizada a sede da empresa. Esse fenômeno, já observado por especialistas como um impulsionador da diversidade nas organizações, tem contribuído para uma distribuição geográfica mais ampla da força de trabalho.

Comparando esses resultados com uma pesquisa anterior da Revelo em 2021, observa-se uma queda significativa (17,7%) no número de desenvolvedores que residem no sudeste do país, enquanto profissionais de outras regiões apresentaram um aumento entre 42% e 50%, dependendo da localização.

O estudo também consultou 35 empresas de tecnologia, das quais 42,1% destacaram a desistência de candidatos como a principal dificuldade no processo de contratação. Outros obstáculos incluem escassez de profissionais (26,3%), tempo gasto no trânsito (15,3%) e altas expectativas salariais (10,5%).